Texto: As pétalas de uma lembrança


Eu olhei para o céu noite passada, sentei no local que costumávamos sentar juntos. Meus olhos refletiam as estrelas, estrelas que presenciaram muitos de nossos momentos juntos. Desde os mais preciosos até os inesquecíveis. O vento sopra e sinto o cheiro das flores ao meu redor. Pétalas que voam ao vento procurando um lugar para ir mais longe. Estou tentando queimar as lembranças de nossos melhores dias, não que eles tenham sido ruins mas eles ainda machucam, queimam. Pego uma flor ao meu lado, arranco uma pétala por vez, cada pétala é uma memória de tudo que ficou entre nós. Apenas um momento no tempo, e tudo já não é como antes. Isso poderia ser um novo começo, mas ainda estou aqui esperando como se nada tivesse realmente mudado. Eu me controlo, tenho que saber o que é melhor.

Nada é para sempre, eu não posso prever o tempo. Estou cercada por todas essas flores que você não me deu. Dizem que o amor não morre assim de repente, dizem que ele não acaba. Mas essas flores estão murchando mais depressa do que pensei, sei que o ar já não é mais o mesmo, sei que tudo começou a ficar escuro. Isso está realmente me assustando, tanto que já não posso mais me conter. Estou correndo, mas quero salvar essas flores antes que elas queimem, se elas queimarem levarão consigo cada lembrança sua. E eu preciso saber como foi me apaixonar loucamente, eu preciso ter a prova de que isso não foi uma fantasia da minha cabeça. Agora percebo que o que for pra ser será, sinto sua presença mesmo tendo a sanidade de saber que não está aqui. Sinto seu toque quando o vento sopra ao meu redor, sinto seu beijo toda vez que encosto essas flores em meu rosto. 

Nessa noite escura, sinto uma luz brilhar ao meu lado. Sinto você aqui, será que esteve sempre aqui comigo? Fecho os olhos, quero que me encontre nos sonhos. Me ajude a acreditar, me diga apenas que os dias serão melhores. Posso ver o seu rosto, posso ver seu sorriso. Sorrio ao saber que nunca esqueci nenhum detalhe seu. O silêncio domina meus medos e estou refém de algo que nem sei bem o que é. O sol finalmente dá seu sinal, e sinto os primeiros feixes de luz vindo em minha direção. As flores parecem sentir primeiro o sinal da luz que elas precisavam e em questão de minutos, elas se desdobravam renascendo aos poucos, trazendo de volta as nossas memórias. Memórias que eu nunca deveria ter deixado ir embora, porque por mais que elas murchem elas sempre vão estar presentes ao meu redor.

2 comentários:

  1. Amiga,
    gosto muito de seus textos!
    Não vale a pena apagar as lembranças, vale lembrar sempre, pois foram vividas!
    A vida sempre nos mostra novos caminhos!
    estou lhe aguardando no meu blog, sua visita é importante pra mim,querida!
    http://www.elianedelacerda.com

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  2. Muito emoconante esse texto, parabéns pela criatividade.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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