Vírgulas, reticências e pontos finais


Ultimamente tenho me afastado de certas coisas pra pensar. Eu penso, penso e penso, e ai faço uma retrospectiva dos últimos momentos que vivi. Quando me perguntam digo que eu estou em alguma tipo de crise existencial infinita. Eu nem sei se isso que está acontecendo, mas o que mais seria? Estou questionando tudo sobre minha vida. Será que fiz as escolhas certas? Por que a maioria dos meus objetivos não se concretizou? E toda essa crise infinita reflete nas minhas ações. Só dá vontade de ficar na cama o tempo todo fazendo nada e as vezes pensando em nada. Imaginando coisas que nunca aconteceriam. É mais fácil deixar as coisas acontecerem por si só do que tomar decisões. Afinal, tem um certo tempo que as coisas não correm exatamente bem. Quando meus olhos se abrem de manhã eu só torço para que o dia passe bem depressa. Toda manhã eu torço pra alguma coisa aconteça, qualquer coisa. Algo que me tire dessa rotina que eu vivencio. Algo que me deixe mais animada ou que afaste minha mente desse pesadelo de dúvidas. Mas a maioria dos dias nada acontece, e eu nem sei se eu realmente mereço que alguma coisa diferente aconteça. 

Quando as coisas vem dado errado em uma série interminável de dias você se pergunta o que exatamente está fazendo. E quando não tem a resposta, ou não acha nenhum erro o único pensamento que se passa pela cabeça é se você não está fadada ao fracasso. Eu não to sabendo mais quem sou. Não to sabendo mais conduzir as coisas direito. Não sei tomar as rédeas da minha vida. Talvez tudo que me disseram pra ser, fazer e criticaram penetrou de alguma forma em mim, de uma forma bem profunda e essas são consequências. É como um buraco negro que só fica maior. Você luta pra não entrar nele, mas dói demais pra se livrar. É mais fácil deixar se levar. E não pense que por causa desse texto eu sou algum tipo de garota triste. Não, não. Eu só cansei de fingir que está tudo bem. De colocar um sorriso no rosto quando quero só chorar. Quando quero conversar com alguém e não tem ninguém do lado. A verdade é que essa fase só você pode superar ou se deixar se levar. Ninguém além de você mesma é sua melhor amiga. A minha essência ainda é a mesma, mas eu sou alguém completamente diferente de quem eu era em muitos aspectos. Sou cheia de vírgulas, preposições, reticências e pontos finais nos lugares errados. 

Recomeço uma história que deveria ter sido terminada. Esqueço de dar um ponto ou coloco vírgulas demais. Abro parênteses pra justificar minhas ações, mas no fundo sei que nem precisaria daquilo. Eu me tornei um tipo de armadura. E também me tornei um explosivo. Posso me defender a qualquer momento, mas também posso explodir. Acho que eu só queria ser desarmada, desligar essa bomba e respirar. Me deixar rir, me deixar chorar, me deixar gritar e me deixar ser abraçada. Queria que minha mente parasse de rodar, queria que as perguntas cessassem. Queria a vida que eu tinha planejado lá trás. Queria mais.

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